Por que a Perícia?
Escolhas e caminhos
Igor Cunha
4/17/20251 min read
Durante minha trajetória na implantodontia, tive a oportunidade de acompanhar casos muito diversos — alguns iniciados por mim, outros que chegaram até minhas mãos já em andamento, ou mesmo com etapas concluídas por outros colegas.
Em certas situações, infelizmente, os resultados obtidos anteriormente não correspondiam às expectativas do paciente. Nesses momentos, surge o desafio de tentar ajustar o que foi feito, buscar alternativas viáveis ou, ao menos, esclarecer com clareza quais são os limites reais da reabilitação proposta.
Nem sempre há uma solução plenamente satisfatória. Às vezes, por limitações clínicas ou mesmo pela ausência de continuidade por parte do paciente, o caso acaba permanecendo “daquele jeito”. Não por descaso, mas porque também faz parte da realidade clínica lidar com o que é possível — e com o que é aceito pelo próprio paciente.
Essas experiências, por mais frustrantes que pudessem parecer à época, me levaram a refletir com mais profundidade sobre o que, de fato, é o “certo” e o “errado” na prática clínica. Quando não se pode mudar o passado de um tratamento, cabe-nos respeitar o percurso e agir com prudência, sem julgamentos fáceis. A ética, a escuta e a honestidade com o paciente tornam-se, então, ainda mais fundamentais.
Foi justamente desse amadurecimento que nasceu meu interesse pela área de perícia judicial. A possibilidade de analisar casos com isenção, buscando compreender o contexto completo e emitir pareceres técnicos justos, tornou-se não apenas uma extensão natural da minha experiência clínica — mas também um compromisso com a verdade, com a odontologia e com a justiça.