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Documentação: menos é mais?

Descubra por que o prontuário completo (com contrato, evolução, exames e imagens) é o escudo do cirurgião-dentista em qualquer processo judicial

Igor Cunha

8/4/20251 min read

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pile of papers
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Na perícia judicial odontológica, uma pergunta comum, especialmente entre profissionais em formação, ou mesmo experientes, é: “será que estou documentando demais?”. A verdade é que, no universo dos processos judiciais que envolvem erro odontológico, o perigo está exatamente no outro extremo: menos é menos — e pode custar caro.

Durante uma perícia odontológica, o prontuário do paciente é um dos documentos mais valiosos. Ele será minuciosamente analisado pelo perito judicial e pelo assistente técnico odontológico de cada parte. É esse conjunto de informações que ajudará a comprovar que os atos clínicos foram realizados com base nos princípios técnico-científicos, dentro dos limites éticos e com o devido consentimento do paciente.

Mas o que se espera de um prontuário completo?

No mínimo, é fundamental que contenha:

  • Contrato de prestação de serviços odontológicos, devidamente assinado;

  • Evolução clínica detalhada e cronológica de cada sessão;

  • Radiografias (preferencialmente com data e identificação do paciente);

  • Modelos em gesso ou escaneamentos digitais;

  • Fotografias clínicas, especialmente em tratamentos estéticos e ortodônticos;

  • Receitas, atestados e prescrições com assinatura e carimbo;

  • E não menos importante, termo de consentimento livre esclarecido.

Essa documentação é essencial em qualquer especialidade odontológica, mas especialmente em áreas com maior risco de judicialização, como implantodontia, ortodontia e estética. Em processos judiciais, a falta de registros documentais adequados pode ser interpretada como omissão ou negligência, dificultando ou mesmo inviabilizando a defesa técnica do profissional.

Por outro lado, quando a documentação está em ordem, clara e bem estruturada, ela se torna a maior aliada do cirurgião-dentista, seja na fase pericial ou ao longo de todo o trâmite processual.

Em resumo: não, na documentação odontológica, menos não é mais. Mais é responsabilidade, é prevenção e é também a base para uma assistência técnica sólida em caso de processo. Invista tempo na sua rotina de registro. Pode ser exatamente isso que salvará sua reputação profissional no momento em que ela for colocada à prova.