E se o paciente abandonar o tratamento?

Sumiço pode acarretar problemas futuros - tanto para o paciente quanto para o profissional

Igor Cunha

9/29/20251 min read

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Na Odontologia, a continuidade do tratamento não é apenas uma questão de conveniência: trata-se de um compromisso essencial entre paciente e cirurgião-dentista. Quando um atendimento é interrompido de forma abrupta, podem surgir prejuízos clínicos e até implicações legais.

Para lidar com esse risco, o professor Daruge já destacava a importância da chamada “carta de retorno”. Esse documento deve ser enviado ao paciente por meio de aviso de recebimento (AR), garantindo registro formal de que o profissional tentou restabelecer o contato.

A carta de retorno tem dois objetivos principais:

  1. Orientar o paciente – lembrando sobre os benefícios de retomar o tratamento, como a conclusão adequada do plano de tratamento, a preservação da saúde bucal e a prevenção de complicações.

  2. Alertar sobre os riscos do abandono – entre eles, o agravamento da condição inicial, a perda dos resultados já obtidos e a possível necessidade de terapias mais complexas e onerosas no futuro.

Para o cirurgião-dentista, o envio dessa correspondência não é apenas uma formalidade. Ele comprova zelo, responsabilidade e observância ao Código de Ética Odontológica. Em eventual perícia ou ação judicial, a carta com AR pode ser decisiva para demonstrar que o profissional agiu com diligência e transparência.

Para o paciente, o recebimento dessa comunicação serve como um lembrete de que a decisão de interromper o tratamento pode trazer custos maiores e danos à saúde. Mais do que um aviso jurídico, trata-se de um gesto de cuidado e de preocupação legítima do profissional.

Assim, a carta de retorno deve ser vista como uma prática que protege ambos os lados: fortalece a atuação ética do dentista e contribui para que o paciente tenha plena consciência da importância de seguir o tratamento até o fim.