Segurança Jurídica na Odontologia

7 Práticas Preventivas que Todo Dentista Precisa Adotar Hoje

Igor Cunha

11/24/20252 min read

birds on sand during daytime
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A Odontologia moderna exige não apenas excelência clínica, mas também segurança jurídica. Com o aumento progressivo de ações judiciais envolvendo erro odontológico, o dentista que deseja atuar com tranquilidade precisa dominar práticas preventivas que reduzam riscos e fortaleçam sua proteção profissional. A seguir, apresento sete ações essenciais, baseadas na minha atuação em perícia odontológica e em assessoria técnica, que você pode implementar imediatamente.

  1. Prontuário odontológico completo e contínuo
    A maior parte dos litígios que acompanho nasce de falhas de registro. Um prontuário lacônico ou incompleto é um convite ao problema. Registre diagnóstico, plano de tratamento, evolução, fotos, imagens, prescrições e orientações — tudo de forma datada. Na perícia, quem prova é o documento, não a memória.

  2. Consentimento esclarecido específico (não genérico!)
    Para procedimentos associados a risco ou imprevisibilidade — como tratamentos de DTM, confecção de placa oclusal, retratamentos ou cirurgias — o termo precisa ser customizado, com explicações claras sobre limites, alternativas e complicações possíveis.

  3. Exames iniciais e comparativos
    Em casos de DTM, periodontia, prótese e ortodontia, registros fotográficos e radiográficos são fundamentais para comprovar desgaste prévio ou evolução natural da doença ou progresso documentável no tratamento. Isso frequentemente decide um processo.

  4. Comunicação contínua com o paciente
    Pacientes processam menos quando entendem o que está acontecendo. Documente orientações, retornos, recusas e encaminhamentos.

  5. Encaminhamento formal quando necessário
    Se o caso foge à sua competência ou especialidade, registre o encaminhamento. É uma das provas mais fortes na perícia.

  6. Revisões documentadas
    Revisões periódicas (especialmente em bruxismo, DTM e periodontia) reduzem alegações de abandono ou falha de monitoramento.

  7. Organização digital e backups
    Perdi a conta de quantos casos comecei analisando com a frase: “Meu computador queimou, doutor.” Isso não se sustenta juridicamente.

Implementar essas práticas não apenas reduz a chance de processos, mas demonstra responsabilidade profissional e fortalece a relação com o paciente. Segurança jurídica é construída no dia a dia — e começa com você.